junho 12, 2017 | Nenhum Comentário |
Durante a Semana Mineira da Reciclagem Inclusiva, o Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS), juntamente com a Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte (SLU), promoveu um importante encontro no auditório da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH). Representantes das instituições e a especialista em Economia Social Solidária, a francesa Christiane Bouchart, apresentaram para os presentes projetos e experiências que apostam em uma mudança profunda na realidade em que vivemos.
MMe. Bouchart falou sobre os avanços alcançados na Região Metropolitana de Lili/FR, graças ao fortalecimento da Economia Social Solidária (ESS). Apresentou exemplos de projetos que vêm se mostrando como alternativas em diversas áreas: transporte cooperativo, uso de combustíveis oriundos de óleo de cozinha, creches geridas pelos próprios pais, reaproveitamento de materiais da indústria têxtil, dentre outros projetos.
A especialista salientou a importância das parcerias e do cooperativismo no desenvolvimento dos projetos que são baseados na ESS. “O lugar dos atores dos projetos é na coparticipação, legitimando sempre uns aos outros. Só sendo concebedores e participantes que podemos ter força para colocar em prática a economia solidária”, destacou.
Representantes da SLU apresentaram o Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos (PMGIRS). Na apresentação ficou frisada a preocupação de produzir um PMGIRS embasado sob as leis estabelecidas na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, criada 2010. Segundo a apresentação feita, a PMGIRS traz alguns benefícios importantes para a gestão de resíduos sólidos. Dentre alguns pontos que foram destacados, está a promoção de ações que conscientizam sobre a redução, o reaproveitamento dos resíduos e a ampliação da reciclagem no município.
“A nossa linha norteadora foi a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, acho importante destacar o que essa Política traz de novidade, que é a responsabilidade compartilhada. Então o cuidado com o resíduo não é só responsabilidade da gestão municipal, e sim do cidadão e também das indústrias geradoras. Como já foi dito aqui, o cidadão precisa rever o seu consumo visando gerar menos resíduos”, disse a engenheira sanitarista da SLU, Patrícia Dayrell.
O Diretor do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável, Luciano Marcos, acompanhado do Engenheiro, Marcelo Souza, apresentaram o projeto Lixo Zero, que terá como piloto o bairro Santa Tereza. Concebido pelo ORIS, o Projeto visa a implantação da plataforma Lixo Zero no bairro, buscando inovar e avançar com a reciclagem e a gestão dos resíduos.
A base do Projeto é a mudança da consciência dos cidadãos em relação ao consumo, entendendo que é uma necessidade real nos dias atuais, além de rever o pós-consumo, valorizando os materiais que podem ser reutilizados economizando matéria-prima e entendendo que nada pode ser jogado fora. “Nosso projeto passa pela premissa de que estamos em caráter de urgência, quando o assunto é gestão de resíduos e o consumo excessivo. Estamos gerando, todos os dias, mais resíduos, então precisamos repensar as nossas práticas de consumo. A nossa casa é o planeta. Então cuidar da nossa casa é cuidar de toda a coletividade”, disse Luciano Marcos.
Ao final do encontro, a convidada francesa Christiane Bouchart comentou o que foi apresentado, destacando a importância de iniciar projetos envolvendo os diferentes atores. “Acho que esse projeto Lixo Zero tem muita chance de dar certo. Porque tivemos apresentações aqui do poder público, se mostrando interessado em implantar um trabalho de maneira participativa em um plano que visa reduzir a geração dos resíduos e uma gestão apropriada destes, e do outro lado a mobilização da sociedade civil que vai poder trabalhar mais amplamente a conscientização dos cidadãos. E é exatamente disso que esse projeto precisa, da integração desses atores”, disse.
A dedicação e empenho dessas instituições, tornaram possíveis a produção e continuidade dos projetos desenvolvidos pelo INSEA.