junho 11, 2021 | Nenhum Comentário |
A Assessoria Técnica Independente (ATI) Pataxó/Pataxó Hã-hã-hãe informa que os indígenas Pataxó Hã-Hã-Hãe da aldeia Katurãma, atingidos pelo rompimento de barragem da Vale S.A., diante das reiteradas negativas da empresa para reassentamento da comunidade, realizaram negociação com a Associação Mineira de Cultura Nipo-brasileira para doação e compra da Mata do Japonês, uma reserva particular do patrimônio natural situada no município de São Joaquim de Bicas (MG).
A área, caracterizada pela necessidade de preservação ambiental por se tratar de unidade de conservação, estava sendo desmatada e loteada irregularmente. Assim, além da necessidade de reassentamento, a Comunidade Indígena também tem interesse em reflorestar o espaço e garantir a integração e equilíbrio socioambiental.
O pleito por um novo território se justifica pelo fato das Comunidades Indígenas Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe terem sido diretamente afetadas pelo rompimento da barragem da empresa. Com a contaminação do Rio Paraopeba e as inseguranças ambientais posteriores ao rompimento, a aldeia Katurãma, que desde o rompimento estavam estabelecidos no bairro Jardim Vitória, na periferia de Belo Horizonte/ (MG), entendem que o reassentamento é uma medida necessária para um processo de reparação integral justo.
A negociação entre os Pataxó Hã-Hã-Hãe e a associação foi acompanhada por advogada parceira da Comunidade Indígena, tendo sido firmado acordo com a doação de 70% (setenta por cento) da área da mata e venda dos outros 30% (trinta por cento). Diante da finalização das tratativas, no dia 09 de junho de 2021 foi assinado o termo de imissão de posse e, na mesma data, os indígenas se deslocaram para a Mata do Japonês.
A ATI Pataxó/Pataxó Hã-hã-hãe continuará acompanhando a situação desses indígenas no contexto da reparação integral, bem como dos demais Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe que se encontram na aldeia Naô Xohã, Belo Horizonte e Região Metropolitana.
A dedicação e empenho dessas instituições, tornaram possíveis a produção e continuidade dos projetos desenvolvidos pelo INSEA.