COEP REALIZA OFICINA NA ÁREA AMBIENTAL E CLIMÁTICA

 Brasil tem uma das maiores biodiversidades do mundo e detém uma grande parte da água doce disponível para consumo humano. Dispõe ainda de um rico patrimônio cultural, resultante da interação entre diversos grupos étnicos que detêm o conhecimento do funcionamento e da dinâmica dos ecossistemas locais. Para proteger tudo isso dispõe de uma legislação ambiental considerada uma das mais completas do mundo, mas que ainda não é cumprida da maneira adequada. Além disso, tem como grande desafio garantir segurança alimentar e hídrica a populações vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Para debater os principais avanços nessa área, nos últimos 20 anos, e os desafios para os próximos cinco anos, a Rede Mobilizadores vai promover, de 02 a 11 de junho, a oficina online Meio Ambiente e Populações Vulneráveis, com facilitação de Angelo José Lima, analista de Conservação do WWF Brasil, e Maureen Santos, coordenadora de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil.

A legislação ambiental brasileira conquistou avanços importantes nos últimos 20 anos, especialmente com a edição da Lei de Crimes Ambientais, em 1998, a criação do Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza, em 2000, a criação do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, em 2001, e o lançamento da Agenda 21 brasileira, em 2002. E também retrocessos, a exemplo da edição do novo Código Florestal.

No período, também avançaram no país as discussões sobre a necessidade de implementação de um modelo de desenvolvimento ambiental e socialmente sustentável. No entanto, o Brasil ainda tem diante de si desafios enormes, especialmente no que diz respeito ao uso racional dos recursos naturais, à justiça ambiental, ao respeito aos povos e culturas tradicionais, e à adaptação das populações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

O desmatamento, especialmente na Amazônia, mesmo tendo sido reduzido, ainda é uma ameaça; as populações têm convivido com o comprometimento quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos devido à crescente poluição dos rios que cortam as maiores regiões metropolitanas brasileiras; o uso intensivo de fertilizantes e agrotóxicos tem afetado a saúde humana e ambiental; a conservação do meio natural tem esbarrado em interesses econômicos que a consideram um entrave ao desenvolvimento econômico; populações mais vulneráveis correm risco de ver sua situação agravada em função dos impactos das mudanças climáticas. Esses são apenas alguns dos problemas que a sociedade precisa discutir e se preparar para enfrentar.

Série de oficinas
Realizada com apoio do Banco do Brasil, Eletronuclear, Fiocruz e Itaipu Binacional, esta oficina é a última de uma série de três que a Rede Mobilizadores está realizando no primeiro semestre de 2014, com foco na mobilização para participação social. Essa série de oficinas é parte da estratégia de mobilização “COEP 20 anos: das ruas às redes”, que está sendo realizada em comemoração aos 20 anos de criação do COEP. Estão sendo organizadas várias outras atividades, a distância e presenciais, em diversos locais do país. A secretária-executiva do COEP Nacional, Gleyse Peiter, explica que o objetivo dessa grande estratégia de mobilização é “contribuir para um olhar sobre a redução das desigualdades e construir, de modo participativo, uma agenda de mobilização social que irá nortear a atuação da rede nos próximos cinco anos”.

Inscrições
As inscrições para a oficina podem ser feitas até o dia 2 de junho. Para se inscrever, é preciso estar cadastrado no site da Rede Mobilizadores (www.mobilizadores.org.br). O processo é simples, rápido e gratuito. Mais informações no site ou pelo telefone (21) 2528-3352.